quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

PASSADO - PRESENTE - FUTURO (com pimenta)


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P A S S A D O

P R E S E N T E

F U T U R O


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S u p e r a r.


Superar contém a intrínseca e humilde constatação de que em algum momento algo penoso se plantou no caminho. A vida ali... parecendo nítida, sob controle, gostosa e aconchegante e eis que v u l t z... some o chão...



"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta."

- Guimarães Rosa -



... some o chão, mas aparecem tantas outras coisas! Superamos aquilo do P A S S A D O que causou padecimento. Superar não é esquecer, negar ou desejar que nunca tivesse acontecido. É preciso antes de tudo reconhecer o colapso – das expectativas e certezas - como algo que fez parte de nós. Reconhecer um encontro com a vulnerabilidade demonstra que forte somos e para lá voltaremos. "Oi, já estou de volta! Fui ali e voltei. Foi rápido, mas saudade senti." rs



"O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria e inda mais alegre ainda no meio da tristeza!"

- Guimarães Rosa -



De repente: um presente do P R E S E N T E. Um presente é um donativo, um brinde... que alguém (ou simplesmente a vida!) nos oferece - intencionalmente ou não. Alguns nos fazem sentir “pior de sorte do que uma pulga entre dois dedos” (rs, Êta Riobaldo! rs). Dos presentes a gente pode reclamar, deixar de lado ou saber aproveitar... qualquer das escolhas, alguma coisa sempre fica: lembrança, sentimento, aprendizado, esperança. Às vezes, presentes vêm com embrulhos esquisitos. E aquele presente veio num pacote imprevisto, triste e nebuloso. Mulher-jagunço... escolhi a limonada. E quanta coisa já muda (e melhora!) com o simples - não confunda simples com fácil - assumir de outra postura, outro jeito de encarar as coisas... e, claro, outros desafios também. “A vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo.” (Adoro a convicção do Nietzsche!)


O F U T U R O já começou. Clichês são clichês porque estão certos. “É resultado do que fizermos hoje”. Blablabla, enfim... Hoje é mais importante que o futuro – apesar de daqui vislumbrar que as coisas, cada vez mais, irão se acertar e nós “inda mais alegres” seremos. No F U T U R O estão nossos planos, realizações e acertos. Daqui uns dias estamos lá! Mas apesar de não planejados (geralmente nunca são!) erros, deslizes, vacilos, ilusões, encantamentos e recaídas também acontecem por meramente também fazerem parte. Que seja. Já entendi que as coisas são como são. Dois são dois. Reconhecemos... e superamos.



“Por enquanto, que eu penso, tudo quanto há, neste mundo, é porque se merece e carece. Antesmente preciso. Deus não se comparece com refe, não arroucha o regulamente. Pra que? Um dia, a gente estala a aprende: esperta. Só que, às vezes, por mais auxiliar, Deus espalha, no meio, um pingado de pimenta...”

- Guimarães Rosa -



A gente carecia de um “sacode”, um abrir de olhos, um estremecer para firmar novamente de um jeito ainda melhor, estável e amoroso.


E este foi o presente.

E a gente a d o r a pimenta.



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