segunda-feira, 13 de junho de 2011

**... as satisfações antes da consciência das necessidades...**

"O menino fremia no acorçôo, alegre de se rir para si, confortavelzinho, com um jeito de folha a cair. A vida podia às vezes raiar numa verdade extraordinária."

(Guimarães Rosa em "As Margens da Alegria")


"Flor de Leminski" nasceu numa fase de aflições, resistiu a alguns tormentos, satisfez algumas necessidades, sobreviveu à obscuridade da temporada offline e hoje reaparece quando tais amarguras não fazem mais sentido algum. #pósrancor. O luto daqueles desgostos e pesares é processo rematado. Estou pronta para novas costuras. Minha vida mudou. E hoje ela anda tão desafiante e especialmente boa de levar que certamente é hora de tentar poetar e compartilhar alguns esbravejos novamente.


Um amigo obstinado e um novo livro do Guimarães Rosa foram a gota d´agua para reencorajar os dedos e o pensamento que há muito andavam apenas por construções que exigem outras criatividades – mais práticas, mais organizativas, mais socialmente relevantes talvez – e que também são importantes pra mim.

Termino o dia com o coração confortavelzinho (esse Guimarães Rosa e suas palavras me encantam!) por saber que mais uma vez Flor de Leminski aparece para me tirar de uma cela abafada. Os motivos são outros, mas a ferramenta a mesma. O #tudoaomesmotempoagora da minha vida pós Circuito Fora do Eixo e Coletivo Colcheia dá pinote gostoso no peito e muito orgulho de cada idéia que compartilhei e que compartilharam comigo, cada projeto que participei, cada planejamento que ajudei a colocar em prática, cada produção que colaborei, cada tecnologia que aprendi, cada lugar que viajei, cada nova banda que ouvi, cada pessoa que conheci... mas te acelera num ritmo frenético que às vezes afoga. Minha vida mudou pra muito melhor. Fato. E é para ficar ainda mais gostosa que recorro mais uma vez às costuras do Flor de Leminski para me trazer novos ares para respirar profundamente...


... porque...



Quem faz um poema abre uma janela
Respira, tu que está numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado


- Emergência, Mário Quintana -










3 comentários:

  1. E voltou tão leve, tão segura e com tanta bagagem.

    Uma pressão: você é eternamente responsável pelo leitor que cativas.

    Uma comemoração: Ô ô ô ô ô Flor de Leminski voltou, Flor de Leminski voltoooou ...

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  2. É realmente um outro tempo, meu amigo. Tempo que você e outras pessoas queridas entraram pra fazer parte. Novo tempo de maças.

    Obrigada novamente pelo empurrão. Deus conserve! rs.

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