Aos queridos Guimarães, Omar e André, com carinho...
O
Bugre,
a Cervejinha
que não é a de beber.
O Jacaré que não é o animal
mas que parece e muito com o Pau-terra.
Fruta-de-Jacu com nome de ave e frutinhas docinhas.
A Rapadura que não é a de adoçar e nem tãp pouco a de comer.
O Angelim Margoso, o Barbatimão, a Unha DÁnta e a
Maminha de Porca
E vem depois:
Amescla
Gonçalo
Taipoca
Tapicuru
Imbaúba
Milombo
Lagartixa
Mutamba
Camboatá
ou Cambotá
Beira-córrego
o Açoita-Cavalo
E, enfim, o Pau-Pereira
(p.58)
( . . . )
Feito passarinho,
Viveu, amou, doou...
Feito passarinho,voou...
Para o infinito azul do céu.
Foi promovido. Virou anjo.
De passarinho a anjo.
Também, quem mandou ser bom assim?
Pois que todo mundo sabe que
os passarinhos são assim, de propósito:
bonitos não sendo da gente.
(p. 335)
( . . . )
agora, definitivo anjo, Painho,
naquele jeito, acomodadinho, no coração:
"Obrigado, meu painho!"
(p. 337)
( . . .)
Caiu do céu e deu, na terra, um recado encantador.
A pessoa que se vai, deixa de estar perto,
apenas pra ficar do lado de dentro da gente.
Na alma.
Foi para o céu, mas continua per-ma-nen-te-men-te presente.
(p.338)
- José Omar Guimarães, em "Menino do Buriti" -
Bugre,
a Cervejinha
que não é a de beber.
O Jacaré que não é o animal
mas que parece e muito com o Pau-terra.
Fruta-de-Jacu com nome de ave e frutinhas docinhas.
A Rapadura que não é a de adoçar e nem tãp pouco a de comer.
O Angelim Margoso, o Barbatimão, a Unha DÁnta e a
Maminha de Porca
E vem depois:
Amescla
Gonçalo
Taipoca
Tapicuru
Imbaúba
Milombo
Lagartixa
Mutamba
Camboatá
ou Cambotá
Beira-córrego
o Açoita-Cavalo
E, enfim, o Pau-Pereira
(p.58)
( . . . )
Feito passarinho,
Viveu, amou, doou...
Feito passarinho,voou...
Para o infinito azul do céu.
Foi promovido. Virou anjo.
De passarinho a anjo.
Também, quem mandou ser bom assim?
Pois que todo mundo sabe que
os passarinhos são assim, de propósito:
bonitos não sendo da gente.
(p. 335)
( . . . )
No levezinho do suspense de quem vai alcançar vôo... voa... voeja,
serenado, na direção da casa do Pai, sua doce morada.
Aquietado. Translúcido.
Sua alma. Sua palma.
E assim... lá se foi.
Metamorfose. Transfiguração. Travessia.
E o menino, ali, mergulhado no mistério do Buriti.
Meditativo. Emudecido.
Morte, vida, existência, amor, homem, mulher, mundo.
Deus. Tudo. Agora e na hora... rogai!
E então, cheio de ternura, cochicha no ouvido do,serenado, na direção da casa do Pai, sua doce morada.
Aquietado. Translúcido.
Sua alma. Sua palma.
E assim... lá se foi.
Metamorfose. Transfiguração. Travessia.
E o menino, ali, mergulhado no mistério do Buriti.
Meditativo. Emudecido.
Morte, vida, existência, amor, homem, mulher, mundo.
Deus. Tudo. Agora e na hora... rogai!
agora, definitivo anjo, Painho,
naquele jeito, acomodadinho, no coração:
"Obrigado, meu painho!"
(p. 337)
( . . .)
Caiu do céu e deu, na terra, um recado encantador.
A pessoa que se vai, deixa de estar perto,
apenas pra ficar do lado de dentro da gente.
Na alma.
Foi para o céu, mas continua per-ma-nen-te-men-te presente.
(p.338)
- José Omar Guimarães, em "Menino do Buriti" -